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Mosteiro de Santa Catarina, no deserto do Sinai, fechado à visitação por medo de atentados

O Mosteiro de Santa Catarina, incravado no deserto do Sinai, no Egito, permanece fechado à visitação por determinação das autoridades de segurança, que temem novos atentados jihadistas contra objetivos cristãos. O fato foi revelado por uma reportagem do site ‘Al Monitor’, que traz informações sobre o Oriente Médio, e publicada pelo Vatican Insider. O Mosteiro é uma das metas privilegiadas de peregrinações cristãs no Egito.

Desde o início da crise no Cairo, as peregrinações haviam tirado do programa os itinerários do Sinai, transformada numa das zonas de maior risco, devido à violência de islâmicos radicais. Nesta sexta-feira (6) foi enviada uma determinação das autoridades de segurança para que os monges mantenham o local fechado.

“Após os ataques às Igrejas ocorrido nas últimas semanas – contou ao ‘Al Monitor’ Padre Paolo, um dos monges que vive no local – recebemos das autoridades de segurança a ordem para fechar as portas aos visitantes. Temos mais tempo para rezar e para o nosso trabalho – observa – mas estamos vivendo uma grave crise financeira: não conseguimos mais sustentar as dezenas de famílias que habitualmente ajudávamos”.

O governo egípcio não deu nenhuma comunicação oficial sobre o pedido de fechamento. A origem da decisão teria sido uma tentativa de sequestro de um monge e a crescente preocupação com um possível ataque ao complexo. Há semanas, no Sinai, acontecem quase que diariamente confrontos entre o exército egípcio e grupos jhihadistas. Na parte setentrional da Península, em El Arish, no início de julho, foi morto o sacerdote copta Padre Mina Aboud.

O fechamento do Mosteiro de Santa Catarina aos fiéis é um novo símbolo evidente do sofrimento dos cristãos no Oriente Médio. Neste lugar, onde segundo a tradição Moisés falou com Deus na Sarça Ardente, foi mandado construir uma capela, no século IV, por desejo da Imperatriz Helena. O Mosteiro, por sua vez, foi construído no século VI por ordem do Imperador Justiniano, que o circundou com altos muros, o que permitiu que sobrevivesse por séculos como o mais antigo mosteiro cristão do mundo. Era considerado também um local privilegiado da convivência entre cristãos e muçulmanos. A sua biblioteca guarda um escrito de Maomé que concordava na proteção do mosteiro, sendo aqui acolhido e protegido dos inimigos.

A relevância do local fez com que João Paulo II iniciasse aqui, em fevereiro de 2000, a sua peregrinação jubilar pelos Lugares da Salvação. Seguindo seu exemplo, nestes últimos anos milhares de peregrinos cristãos incluíram o Sinai nos roteiros de viagens, para alegria das populações de beduínos que vivem no vilarejo que se encontra próximo ao Mosteiro.

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