A criação é obra do amor. Com plena certeza, antes da Encarnação do Verbo, o homem poderia até duvidar que Deus nos amasse com ternura. Mas depois que Ele nos revelou o seu segredo entregando seu próprio filho,fazendo com que fosse as ultimas conseqüência no amor. Morrer pelos homens em morte de Cruz, quem poderia duvidar disso? Agora que a luz iluminou o nosso caminho compreendemos que, em todas as partes, Ele nos envolve com Seu amor irresistível.
Quanto mais estudamos a doutrina de Cristo, presente no magistério da Santa Igreja, e as palavras dos Santos que morreram por amor a Ele, mas entendemos que nossa santidade, aliás, toda nossa santidade e perfeição, consiste em amar nosso Redentor e Salvador, Jesus Cristo.Presente também no Amor aos irmãos. O amor a Deus consiste na caridade que é a aliança da perfeição. Amor esse que não se faz orgulhoso, que não é arrogante, não é vaidoso, não se incha de rancor, mas, contudo sabe entender, perdoar, e acima de tudo compreender.
Santo Agostinho já dizia: “Ama e faz o que queres”. Se amarmos a Deus, evitamos tudo que Lhe desagrada e buscamos solidamente todo bem que é fazer de fato, tudo que Lhe agrada. os tempos nos mostram, assim como toda criação e sobretudo cada um de nós, que Deus nos amou primeiro e tudo fez para demonstrar este amor eterno. Mas Ele, sendo misericórdia e pura bondade, não se contentando com tudo isso, deu-nos, para cativar nosso amor e compreendermos o Seu amor, Seu Filho único e amado. Afinal, Deus que criou tudo do nada, e nos deu tantos dons, não nos deixando mortos sem sua graça santíssima, levado por um amor excessivo, enviou este Filho para morrer por nós. “Mas Deus que é rico em misericórdia, pelo excessivo amor com que nos amou, quando ainda estávamos mortos por nossos pecados, nos vivificou juntamente com Cristo” (Ef 2,4-5). Deus não poupou Seu próprio Filho. O Filho, por amor, deu-Se a nós por inteiro, e para tanto se fez igual a nós e na condição de seres humanos, menos na condição do pecado. O Verbo de Deus se fez carne – para nos remir da morte eterna, recuperar a graça divina, o paraíso perdido. Eis aqui um Deus totalmente entregue!
“Esvaziou-se a Si mesmo e assumiu a condição de servo tomando a semelhança humana” (Fl 2,7)